O Ministério das Relações Exteriores tem importante atuação na produção de conhecimento em Relações Internacionais no Brasil. Se inicialmente, essa produção buscava servir ao dia a dia da diplomacia nacional, desde a década de 1980 ela buscou engajar-se ativamente com o meio acadêmico.
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) assume papel central na interface com a academia. Ainda que fundada em 1971, foi apenas a partir da década de 1980 que a FUNAG passou a atuar ativamente na promoção de seminários, realização de exposições e publicação de obras de interesse para a diplomacia e a política externa brasileira. O Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), criado em 1985, tornou-se o órgão central da FUNAG na produção de estudos e pesquisas, coleta a sistematização de documentos, promoção de seminários, e intercâmbio científico.
Desde o início do governo Bolsonaro, contudo, a FUNAG passou a ser sistematicamente utilizada como instrumento de propaganda bolsonarista e antiglobalista, afastando-se de seus objetivos iniciais.
Para pensar sobre a condução da diplomacia e a restauração de um intercâmbio com a academia de Relações Internacionais do Brasil em um contexto pós-Bolsonaro, Felipe Estre (USP) convida Mariana Kalil (ESG), Lucas Mesquita (UNILA), Mariana Selister Gomes (UFSM) e Rafael Bittencourt (PUC-Minas).
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